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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cultura, Lazer e Segurança

Por André Henrique De Brito Veloso
Estudante de Ciências Econômicas da UFMG e integrante da Chapa 6.


A vida acadêmica não se confina às salas de aulas. A UFMG é um espaço de grande diversidade cultural e social, e assim, tem a responsabilidade de potencializar tal diversidade das mais diversas formas.

Temos assistido ultimamente na UFMG um cerceamento de suas manifestações culturais. A portaria 16/2007 ao regulamentar as festas e vendas de bebidas, burocratizou e na prática inibiu a realização de festas em diversas unidades. Exemplo disso foi a recente proibição do Boteco da Bio, evento tradicionalíssimo das sextas-feiras do campus, que ocorre há mais de 25 anos. Sua proibição foi a demonstração de um desejo conservador de que a universidade se encastele em seus laboratórios e salas de aula. Os representantes desse desejo, na reitoria e nas diretorias, querem, em última instância, que a UFMG sirva apenas aos propósitos do mercado, que suas atividades sejam apenas aquelas que aumentem a eficiência deste, tudo o mais seria inútil, desprezível, ineficiente. Nesse sentido há também o indicativo da instalação de cancelas nas entradas do campus e catracas em todas as unidades, recomendados por um relatório, encomendado pela reitoria, de um especialista em segurança de multinacionais (!).

A UFMG não é uma empresa - muito pelo contrário – é uma instituição que tem o dever de transformar a sociedade, tornando-a mais justa e libertária. Por isso é necessário que seus estudantes possam se integrar, conviver e viver outras experiências, que possam se apropriar dos espaços de maneira diferente e que possam, a partir disso, criar o novo, uma cultura nova. Além disso, é preciso que a UFMG se abra ao povo, que permita que ele se integre verdadeiramente a ela, para que esta sirva ao seu verdadeiro propósito de transformação.

Por isso propomos:

- revisão da “portaria das festas” (16/2007)
- volta do boteco da bio
- não à instalação de catracas e cancelas no campus, a UFMG é pública!
- por uma política de segurança não segregacionista

3 comentários:

  1. Discordo do que foi dito em um único ponto: você não citou o real motivo do fechamento do Buteco da Bio. Ele não foi fechado por causa de uma decisão conservadora, mas sim pela presença de traficantes (às vezes até armados), colocando em risco a segurança dos frequentadores.
    Concordo plenamente com a crítica e acho que ela deve realmente ser feita, porém é preciso um maior conhecimento dos fatos para que suas palavras não sejam infundadas.

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  2. Daniel - Estudante de Biologia e Membro da Chapa 6quinta-feira, 11 de novembro de 2010 às 04:08:00 GMT-8

    Nota da Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre (ANEL) sobre a proibição do Buteco da Bio


    No inicio desse semestre o novo diretor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), professor Tomás Aroldo emitiu um documento proibindo a venda de bebidas alcoólicas no Instituto. Essa medida visa acabar com o tradicional “Buteco da Bio”, que ocorre a mais de 26 anos. Os estudantes do curso de Biologia ficaram impactados com a intransigência e a falta de abertura do novo diretor, que em suas propostas de campanha colocava o dialogo com a comunidade acadêmica como principal forma de resolver os problemas.
    O Buteco da Bio é um importante patrimônio histórico do ICB. A maioria dos estudantes, principalmente da Biologia, viveram fatos importantes nesse evento, que ocorre todas as sextas-feiras desde a década de 80. Muitos destes hoje, são inclusive professores do instituto. Laços de amizades foram construídos, decisões sobre o futuro acadêmico foram tomadas em conversas com veteranos, entre outras, o Buteco sempre proporcionou um espaço de convivência e troca de idéias no Instituto. Afinal a universidade não é apenas um local de assistir aula, mas também e principalmente um local para a formação humana: palestras extra-classe, grupos de estudo, movimento estudantil, trabalhos em extensão e laboratórios, aulas de dança, contribuem nesse sentido. E as festas também.
    Entendemos que seja necessário abrir um debate sobre as conseqüências de festas realizadas dentro do campus, principalmente relacionadas ao problema do barulho, que as vezes atrapalham as aulas do noturno. Mas não concordamos com a proibição taxativa que o diretor apresentou nesse inicio de semestre: Proibindo antes de conversar com os interessados.
    Além disso a Portaria da UFMG “17/2007”, utilizada como argumento para a proibição, não proíbe as festas nas unidades e muito menos a venda de bebidas alcoólicas, exigindo apenas a autorização da direção das unidades e a pactuação de determinadas regras como: prestação de contas, horário de inicio e término, estimativa do número de participantes, etc.
    Por esses motivos e outros achamos que é necessário um debate maior sobre o tema para depois se tomar qualquer decisão. Na próxima segunda-feira, dia 23/08, acontecerá à reunião da Congregação que decidirá o futuro das festas no ICB. Chamamos todos os estudantes a comparecem na Congregação na segunda às 14h para pressionar a direção do Instituto e garantir a existência do Buteco da Bio e das festas no ICB.

    Contato
    http://anelivre.blogspot.com/ , anel.minas@gmail.com

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  3. Daniel - Estudante de Biologia e Membro da Chapa 6quinta-feira, 11 de novembro de 2010 às 04:22:00 GMT-8

    Postei anteriormente uma nota que nós, da ANEL, redigimos em relação ao buteco. Concordo até que o buteco estava fugindo do controle. Mas dai a diretoria o proibir sem nenhuma discussão com os estudantes é demais. A diretoria do ICB não permite festas nem dentro da Portaria 17/2007, coisa pela qual os estudantes de biologia se dispuseram a cumprir. Não quer saber de nenhum dialogo com os DA's. Temos que sim fazer a discussão da segurança no Campus mas de maneira fraterna e não por imposições.

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